Fotos: Mauricio Lerro

O ano de 2017, iniciou turbulento para quem estava em dúvida entre confinar ou não. As taxas e impostos aumentando, o preço da arroba despencando, as incertezas políticas, a operação carne fraca, tudo estava contra a atividade, num clima de pessimismo.

Para o zootecnista de precisão Maurício Lerro, este é o momento de ponderar e saber que tipo de informação escutar. “Existem muitas especulações e boatos. O confinador precisa estar muito bem informado para tomar decisões importantes”, diz Lerro.
O zootecnista atua há 27 anos na nutrição de gados em confinamento, semi confinamento e gado de leite na região de Rio Preto e boa parte de fazendas no Brasil. Segundo Lerro, o momento é de parar de reclamar sobre coisas que o pecuarista não pode mudar e focar em operações que podem ser influenciadas por ele mesmo. “Esse foi o ano de fundir a cabeça das calculadoras”, comenta o zootecnista.
O valor da arroba em São Paulo, de julho de 2016 para julho de 2017 caiu de R$156,00 para R$126,00 (-19%), porem o custo da diária de um boi caiu de R$8,50 para R$5,50 (-35%), o retorno por animal passou de R$150,00 para R$235,00 com aumento de 56%.
Segundo alguns órgãos de pesquisa sem fins lucrativos, vai faltar boi gordo em um curto espaço de tempo, empurrando assim os preços para cima, mas de acordo com informações vindas de frigoríficos, que é a outra ponta do setor, a pouca demanda mantém as escalas mais longas e travando a alta dos preços da arroba.
O planejamento e construção da estrutura física de um confinamento pode facilitar e maximizar o uso da mão de obra e dos maquinários, assim como diminuir o desperdício da alimentação. Um barracão bem planejado, pode diminuir algumas manobras no carregamento dos insumos no vagão, economizando hora trator e tempo de mão de obra.

Mauricio Lerro, Zootecnista de Precisão

Vagão tratador
O sistema de mistura de um vagão, pode aumentar os ganhos de peso dos animais, pois uma dieta homogênea produz ganhos de peso. O correto dimensionamento de um vagão misturador também é uma conta interessante.
Ex: um vagão de 6m3, onde cada m3 pesa 350 kg, tem capacidade para 2100 kg. Fazendo 6 a 7 tratos diários, realiza um total de 12.600 a 14.700 Kg. Cada animal consome em média 18 Kg diários, portanto esse vagão tem capacidade de tratar entre 700 a 800 animais.

O protocolo sanitário
A aplicação dos medicamentos na entrada do confinamento, devem ser realizados de forma correta, para evitar perdas de carcaça por abcessos. De acordo com acompanhamentos à frigoríficos, essas perdas têm sido em média de 1,2 Kg por animal, ou seja, 8,0% do valor de uma arroba.
A compra dos insumos e a reposição dos animais, tem um peso muito grande no resultado econômico final, cada centavo ganho nessa operação pode influenciar a rentabilidade.

Métricas
Medir todas as informações possíveis para obter um histórico, assim como consumo diário, ganho médio de peso, ganho de carcaça, relação de troca sacos de milho por @ etc
 
Conforto
Homogeneidade dos lotes, área de chegada no cocho, altura do cocho, poeira ou barro, limpeza dos bebedouros, animais por m2 nos currais, horários dos tratos.

Dicas de custo mínimo
Uma dieta bem formulada com um custo mínimo de arroba engordada que supra as exigências de cada categoria em cada fase do confinamento. Mudança de preço de algum insumo a dieta deve ser recalculada. O resultado final do confinamento é uma soma de muitos fatores.