Fotos: Leandro Gasparetti – Direitos Autorais

Um pequeno vilarejo em Nova Itapirema, no interior paulista, mais conhecido como Agrovila, residem atualmente cerca de 27 famílias, ou melhor, produtores rurais, que em suas propriedades composta por 2 alqueires, diversificam suas plantações em sua maioria para revender ou atender o CSA – Comunidade que Sustenta a Agricultura, em Rio Preto.

Aparecido Donizete Nunes, presidente da associação dos pequenos produtores rurais beneficiados pelo Banco da Terra e coordenador dos produtores do CSA de Rio Preto.

O que há de diferente neles, na sua maioria, todos plantam no sistema natural, sem agrotóxico, e fazem a parte de preparo do solo, utilizando grade e roçadeira, pois quando vira o solo cria o desequilíbrio dos organismos, já que o solo são os primeiros 10 cm, já para manter a limpeza da terra, utiliza-se a enxada, cavalo ou arado, para evitar a presença de insetos que podem prejudicar no desenvolvimento.
“Na produção do abacaxi, por exemplo, que se inicia em meados de fevereiro e março, para colher só no final do ano seguinte e, durante a evolução da fruta, tem que manter a terra sempre limpa, utilizando o sistema de gotejamento e, claro, quando estiver em formação, é necessário cobrir a fruta com o jornal para não queimá-la” explica Aparecido Donizete Nunes, presidente da associação dos pequenos produtores rurais beneficiados pelo Banco da Terra e coordenador dos produtores do CSA de Rio Preto.

Zilda Rosa Vaccari, Aparecido Donizete Nunes e Rubens Lima

Além do abacaxi, em um espaço de 2 alqueires, Nunes, ainda produz morango, abacaxi, uva niagara, seringueira, mangaba, horta, limão taiti, tangerina, ponkan, laranja baiana, goiaba amarela, cereja, gabiroba, abacate, cajá-manga, jaca, manga, lixia, tamarindo, pitanga, acerola, ameixa, graviola, entre outros. Claro que para cuidar de todas essas opções, Nunes, conta com a ajuda de sua esposa, Zilda Rosa Vaccari e, do amigo e funcionário, Rubens Lima.
“Precisamos aproveitar ao máximo os espaços, claro, que procurando ocupar todo espaço disponível para o cultivo de outras frutas, como é o caso do abacaxi, que em um espaço de 5.000 m², produzimos 20.000 pés da fruta” completa Nunes.
Já existem produtores que preferem trabalhar com uma cultura, pois o preparo e manutenção do solo é o mesmo. “Já que sou sozinho, prefiro plantar só a mandioca, que fica mais fácil de cuidar e, tem uma pessoa que vem e compra minha produção, só preciso arrancar, o processo de descascar e embalar é dele” comenta José Pedro Teixeira.

Existem vários benefícios da produção natural, dentre eles, o alimento é mais limpo, por não ter residual de agrotóxicos e, diminui a contaminação por coliformes fecais, já que não utiliza esterco na produção.
“A agricultura natural é bem vista economicamente, por não ter logística de insumos, não tem transporte de produtos, despesa com diesel, é uma produção que utiliza o que tem na propriedade”, comenta Andrey Vetorelli Borges, engenheiro agrônomo da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, de Rio Preto.
Não são apenas as questões econômicas e do bem-estar da população que fazem com que a agricultura natural seja bem vista. “A não utilização de insumos acarreta no não empobrecimento do solo, que acaba protegendo os mananciais e ajudando na preservação ambiental” finaliza Vetorelli.

Qual a diferença entre agricultura orgânica e natural?
A orgânica são alimentos manufaturados e que, desde o cultivo, seguem uma série de parâmetros que definem o que pode ser considerado um alimento orgânico, não utilizando agrotóxicos, transgênicos, pesticidas e fertilizantes sintéticos. Para ser devidamente comercializado como orgânico, os produtos devem ser certificados por uma certificadora credenciada pelo Ministério da Agricultura, que garante as normas e práticas de produção.

Andrey Vetorelli Borges, engenheiro agrônomo da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, de Rio Preto.

Já o natural são alimentos em seu estado mais natural possível, não utilizando nenhum resíduo externo, nenhum dejeto animal, só o que tem na propriedade rural, ou seja, a comida natural é a comida não processada.