Fotos: Divulgação (Destaque) | Leandro Gasparetti e Norival Matos

A escolha do touro bom de pulo é feita pela genética e aptidão, que se faz por volta dos 1,5 anos de idade. Como não são todos animais que possuem aptidão ao pulo, o rebanho passa por teste, podendo ser utilizado o Dummy (uma espécie de robô cowboy) ou não.
O equipamento possui a facilidade e praticidade do manuseio tornando o aparelho muito seguro para treinar os animais que funciona mais ou menos da seguinte forma: ao embretar o touro, o Dummy é colocado no mesmo local onde se coloca a corda do competidor, é apertado e uma corda liga o aparelho no sedém do animal. Após aberta a porteira o animal sai pulando, sendo que o proprietário pode acionar por controle remoto, a qualquer distância e, o Dummy cai do lombo do animal destravando também o sedém, assim, o animal fica sem nenhum equipamento em seu lombo e não sofre nenhum machucado.
(Foto: Norival Matos)
Além disso no mercado, atualmente, existem vários modelos de Dummy, tendo os mais tradicionais, que são uma caixa quadrada e, um diferente, que se adequa melhor ao corpo do touro. “Procuramos fazer o nosso Dummy com melhor adaptação para o animal, que ao invés de ter o formato padrão – de caixa quadrada que nos primeiros pulos já tomba para o lado -, o nosso layout se adapta melhor ao corpo do animal, pois o encaixe que vai ser apertado embaixo do animal possui regulagem conforme o tamanho assentando melhor; como melhor voltagem da bateria, que dura e recarrega mais rápido na tomada, além do acabamento ser em pintura epox que, não arranha e descasca fácil e a antena do controle remoto que está acomodada na alça, permitindo uma melhor área de captação do sinal, que pode ser ativado de longas distâncias” explica Luis Messias Machado, proprietário da Campolina e fabricante do Dummy Bull Testing.

Luis Messias Machado, proprietário da Campolina e fabricante do Dummy Bull Testing (Foto: Leandro Gasparetti)

Depois de passar pelo teste com o Dummy, o touro é avaliado pelo pulo dentro dos cinco parâmetros de julgamento que são: salto, coice, grau de dificuldade, intensidade e giro. Nos Estados Unidos existem centenas de campeonatos de Dummy, nos quais os animais são avaliados exatamente como nos eventos da PBR (Professional Bull Riders), que tem competidores em cima dos touros.
Já no Brasil, o Best Bull Genetics, que iniciou suas atividades em 2016 organiza e realiza os campeonatos no interior paulista. “Para participar do campeonato o animal precisa ser registrado na Best Bull Genetics e, precisa pular dez vezes durante todo o campeonato, que vai de agosto a agosto, para poder participar da final, sendo que a pontuação varia de 0 a 100 pontos” explica Paulo Belarmino sócio da Best Bull Genetics. “Nossa final foi em Barretos e o campeão de 2017 foi o touro Zé Pretinho, do Flavio Junqueira” completou Belarmino.

Paulo Belarmino sócio da Best Bull Genetics (Foto: Leandro Gasparetti)

As competições de Dummy tem ganhado cada vez mais espaço nos rodeios tradicionais. “É o futuro do rodeio brasileiro, pois com o Dummy podemos separar os animais com o perfil de pulo, sem machucar o cowboy, ao contrário de antigamente, que se colocava o cowboy para praticar no animal” comenta Flavio Junqueira, ex diretor da PBR Brasil e atual coordenador executivo da Confederação Nacional de Rodeio – CNAR.

Flavio Junqueira, ex diretor da PBR Brasil e atual coordenador executivo da Confederação Nacional de Rodeio – CNAR (Foto: Leandro Gasparetti)

Já que o animal é avaliado com as mesmas características do rodeio tradicional, a utilização do Dummy reduz o índice de acidentes com os cowboys, que não corre o risco de se machucar e pode focar em seu treinamento para os rodeios tradicionais. “Vale ressaltar que o Dummy serve para avaliar o animal e, em nenhum momento entrou no mercado para competir com o cowboy” finaliza Belarmino.