A palavra Zootecnia origina-se do grego “zoon – animal” e “technê– arte”, que significa a arte de criar animais
A zootecnia colocou o Brasil como maior produtor e exportador de carnes do mundo. E é no dia 13 de maio, data da aula inaugural do primeiro curso de Zootecnia do Brasil, realizado em 1966 no Rio Grande do Sul, que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo reconhece a importância do trabalho do profissional zootecnista, que contribui para que muitos alimentos cheguem à mesa dos consumidores com segurança.
Na área da pesquisa, o Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), por exemplo, desenvolve pesquisas científicas nas mais variadas áreas da produção animal, colaborando com fatores que vão do manejo à administração e economia da produção, pois “a conscientização dos direitos dos consumidores e a preocupação com a saúde e o bem-estar animal impõem condições ao mercado para consumo dos produtos”, enfatiza a diretora geral do IZ, zootecnista Cristina Maria Pacheco Barbosa.
“A Pesquisa Científica na área de zootecnia deve atender ao mercado consumidor moderno focando nos anseios de uma população cada vez mais preocupada com a forma como os animais estão sendo criados e cuidados, como essa produção se relaciona com o meio ambiente e como esse produto pode ser considerado saudável e seguro”, explica Cristina.
Para o pesquisador Mauro Sartori Bueno, doutor em Nutrição Animal, a segurança alimentar da nossa população em relação aos produtos de origem animal está garantido pelo trabalho dos zootecnistas. “Proteína de origem animal está sempre disponível para a população a preços acessíveis.”
A economia fica fortalecida com a geração de empregos no campo e nas agroindústrias de transformação dos produtos de origem animal, e garantem renda a muitas famílias brasileiras. “Tudo isso foi conseguido pelo trabalho dos zootecnistas que atuam na produção animal e na geração de conhecimento e tecnologia em áreas como melhoramento genético e alimentação animal, levando a melhor eficiência animal e diminuição dos custos de produção”, destaca Mauro.
O trabalho dos zootecnistas contribuiu, segundo Mauro, para que “saíssemos da situação de importador de produtos de origem animal [até a década de 1980], para maior produtor e exportador de produtos de origem animal do mundo”.
A pesquisadora Cláudia Cristina Paro de Paz ressalta que o zootecnista que desempenha o papel de pesquisador busca continuamente desenvolver processos ou produtos inovadores, que garantam a eficiência do sistema de produção, a segurança alimentar, a sustentabilidade da produção e bem-estar animal.
Já a pesquisadora Flávia Simili, que completa 20 anos de formação em Zootecnia, fala que se pudesse voltar no tempo, escolheria a mesma profissão, pois ao atuar como pesquisadora em sistemas integrados de produção agropecuária compreendeu que todos os segmentos da produção animal estão interligados. “É necessário cuidar do solo, das plantas, dos animais e do ambiente para produzir bem, com qualidade e respeito, e assim alcançar a sustentabilidade.”
Simili explica que as vantagens para o produtor em adotar as técnicas da integração lavoura-pecuária estão na produção de alimentos, tanto vegetal quanto animal, de forma mais eficiente, com maior retorno econômico, maximização do uso do solo e menor impacto ambiental. “É oferecer aos bovinos pastagens mais produtivas e de melhor qualidade ao longo do ano.”
Os sistemas integrados trazem viabilidades econômicas ao oferecer para o produtor rural sistemas de produção de grãos e de carne e leite, que proporcionam diversificação de produtos e maior rentabilidade econômica. Além de importantes impactos ambientais, como melhorar as características químicas e físicas do solo e emissão de CO2 do solo, com uso de integração lavoura-pecuária.
“A zootecnia alia o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias de ponta com a gestão”, destaca a zootecnista Simone Raymundo de Oliveira, quer seja gestão de pessoas, empresas, empreendimentos ou todas juntas.
“Entender a resposta do animal por meio da sua produção e qualidade do produto final, compreender o bem-estar do sistema produtivo, a sua interação com o trabalho do ser humano e destes com o meio ambiente, analisando esta sinergia, suas nuances e implicações, com o olhar no hoje e a visão do amanhã, fazem parte do cotidiano de quem se entregou à zootecnia como missão de vida, nutrindo, alimentando, produzindo, contribuindo efetivamente na geração de empregos e de renda”, expõe Simone.
Para Simone, não existe zootecnia sem sustentabilidade. A gestão dos resíduos da produção animal é convertida em energia, água, adubos, transformando assim o passivo ambiental em ativo financeiro. “No campo não existe passivo ambiental, existe o ativo financeiro que ainda não foi convertido em produtos que recuperem investimentos monetários e ambientais. O zootecnista acima de tudo é um visionário, enxerga soluções antes do impacto dos problemas e percalços na produção de alimento de alta qualidade, respeitando o animal, o ser humano e o ambiente.”
O maior número de profissionais atuantes está em São Paulo, mais de 1.550 zootecnistas, sendo que só o Instituto de Zootecnia conta com 23 zootecnistas, profissionais com doutorado, que compõem o quadro dos 42 pesquisadores. Os zootecnistas atuam na produção animal nas áreas de melhoramento genético, manejo, nutrição, cuidados com o bem-estar animal e gestão ambiental, sempre buscando possibilitar a sustentabilidade alimentar.
Zootecnistas fazem diferença na extensão rural
Atualmente, a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), órgão de extensão rural da Secretaria, conta com 25 zootecnistas em seu quadro de servidores, que atuam diretamente no campo ou na condução de projetos em nível estadual.
Com uma atuação ampla, em consonância com os demais profissionais da instituição, eles têm apoiado os produtores no fortalecimento da gestão nas propriedades e nas organizações rurais, visando ao aprimoramento e à potencialização da produção de origem animal com qualidade, bem como à manutenção do bem-estar dos animais e ao desenvolvimento sustentável do agronegócio, com base no tripé social, econômico e ambiental.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo