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O abate de bovinos no 1º trimestre de 2021 foi de 6,56 milhões de cabeças, o menor resultado desde o 1° trimestre de 2009. Esse índice representa uma queda de 10,6% em comparação ao 1° trimestre de 2020, e de 10,9% contra o 4º tri de 2020. Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 15,7% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (11,7%) e São Paulo (10,2%).
Os dados são da Estatística da Produção Pecuária, divulgada nesta terça-feira (8) pelo IBGE, que também mostra que foram abatidas 1,57 bilhão de cabeças de frango, um novo recorde na série histórica iniciada em 1997. A pesquisa registra que o abate de suínos foi de 12,62 milhões de cabeças no 1º trimestre de 2021, o melhor resultado para este período desde o início da série. “Houve uma continuidade da tendência observada em 2020: queda no abate de bovinos e crescimento de suínos e frangos”, explica o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi.
Santa Catarina continua liderando o abate de suínos, com 28,9% da participação nacional, seguido por Paraná (20,3%) e Rio Grande do Sul (17,5%). Já o Paraná lidera amplamente o abate de frangos, com 33,1% da participação nacional, seguido por Rio Grande Sul (13,9%) e Santa Catarina (13,3%).
No que diz respeito ao abate de bovinos, o 1º trimestre de 2021 também seguiu a mesma tendência de 2020 em relação ao abate de fêmeas, cujo total para este período foi o menor desde 2003: 2,41 milhões de animais. “Ao mesmo tempo, os preços médios da arroba bovina e do bezerro atingiram valores máximos nas respectivas séries”, ressalva Viscardi. Mesmo com a queda, a exportação segue aquecida, já que a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia registrou o terceiro maior volume de carne bovina in natura exportada para o período, com recorde para um mês de março (133,82 mil toneladas).
No abate de suínos, que apresentou aumento de 5,7% em relação ao mesmo período de 2020 e de 0,6% na comparação com o 4° trimestre de 2020, além do recorde para um 1º trimestre, o mês de março atingiu a maior marca de um mês da história da pesquisa. Viscardi explica que, além da exportação aquecida, os preços do animal vivo e da carne suína no mercado interno sofreram desvalorização ao longo do trimestre, aumentando sua competitividade em relação às demais proteínas. “Nesse aspecto, há influência da restrição orçamentária dos consumidores e das medidas restritivas adotadas para conter a pandemia de Covid-19”, afirma o pesquisador.
A mesma explicação se aplica ao frango, cujo abate no 1º trimestre de 2021 foi 3,3% maior em relação ao mesmo período de 2020 e de 0,7% maior na comparação com o 4° trimestre de 2020. “Como o desempenho das exportações da carne de frango permaneceu em patamares apenas razoáveis nesse trimestre, podemos considerar que boa parte desse aumento foi destinado ao consumo interno”, diz Viscardi, lembrando que o preço da carne de frango é mais favorável à grande parcela da população na comparação com as outras proteínas concorrentes, principalmente a carne bovina.
Aquisição de leite e produção de ovos batem novos recordes
De acordo com a pesquisa, a aquisição do leite cru foi de 6,56 bilhões de litros, um aumento de 1,8% em relação ao 1° trimestre de 2020, e redução de 3,5% em comparação com o trimestre imediatamente anterior, período em que regularmente há queda de produção em relação ao 4º tri de cada ano. Apesar disso, o resultado representa a maior captação de leite acumulada em um 1° trimestre, superando o recorde anterior, de 2020.
Já a produção de ovos de galinha foi de 978,25 milhões de dúzias, 0,3% maior que o apurado no 1º trimestre de 2020 e 1,3% menor que o registrado no trimestre imediatamente anterior. “Apesar da queda em relação ao último período, o resultado foi recorde para um 1º trimestre”, aponta Viscardi. Embora o setor continue sendo impactado pela alta dos custos de produção, a demanda seguiu aquecida pelo preço acessível do ovo frente a outras proteínas.
Na Pesquisa Trimestral do Couro, os curtumes declararam ter recebido 7,07 milhões de peças de couro no 1º trimestre, o que representa reduções de 6,6% em relação ao adquirido no 1° trimestre de 2020 e de 8% contra o 4º trimestre de 2020. Foi a menor obtenção de peças para o período desde 2002.
Mais sobre a pesquisa
A pesquisa fornece informações sobre o total de cabeças abatidas e o peso total das carcaças para as espécies de bovinos (bois, vacas, novilhos e novilhas), suínos e frangos, tendo como unidade de coleta o estabelecimento que efetua o abate sob fiscalização sanitária federal, estadual ou municipal. A periodicidade da pesquisa é trimestral, sendo que, para cada trimestre do ano civil, os dados são discriminados mês a mês.
A partir do primeiro trimestre de 2018, atendendo solicitações de usuários para acesso mais rápido às informações da conjuntura da pecuária, passaram a ser divulgados os “Primeiros Resultados” da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais para o nível Brasil, em caráter provisório. Eles estão disponíveis cerca de um mês antes da divulgação dos “Resultados Completos”. Os dados completos podem ser consultados no Sidra
Fonte:Agência IBGE Notícias