Quarto de Milha e o aprimoramento da raça através do melhoramento genético

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Matriz Girl Infinity Blond - Foto: Thiago Mestellini

A raça de equinos Quarto de Milha é uma das mais valorizadas do mundo por sua versatilidade, fruto de inúmeras constituições genéticas, que permitem linhagens selecionadas para diferentes modalidades: conformação, trabalho e corrida, fato este, que motiva criadores a investir em reprodução de animais com qualidade de DNA e, através de melhoramento genético expandir o plantel, participar de leilões, eventos e negociar material genético.

Buscando bons resultados e a evolução da raça, o melhoramento genético possibilita a reprodução com preferências de combinações de características marcantes e linhagens consagradas, atendendo as expectativas do mercado que se mantém aquecido mesmo durante a pandemia e está agitado neste início de temporada de monta.

O período mais apropriado para reprodução, movimenta o criatório e laboratório da Infinty Horse, haras de patrimônio genético de matrizes e garanhões do Quarto de Milha com foco em melhoramento genético de linhagens de trabalho na região de São José do Rio Preto. “Estamos empenhados na coleta de sêmen dos garanhões e embriões das éguas, para reprodução por inseminação artificial, transferência ou monta natural”, explica o veterinário responsável pela reprodução da Infinity, Leonardo Henrique Silva Coelho.

Leonardo Henrique Silva Coelho, médico veterinário da Infinity

A Infinity existe há 15 anos, atuante em grandes leilões com animais para prova rédea, laço, apartação, Ranch Sorting e, também no mercado de genética equina da raça. “Temos um banco de armazenamento, trabalhamos com o envio de sêmens e embriões congelados para todo o Brasil. Nesta estação de monta, temos cobertura de sêmens congelados com genética de grandes produtores mundiais de trabalho, como Play Little Brudder, Colonels Rey Gun, Genuine Red Quincy”, acrescenta Marcelo Lisboa Singh, proprietário da Infinity.

Marcelo Lisboa Singh, proprietário da Infinity Horse

Sobre a raça

Originária dos Estados Unidos, começou a formar-se com a chegada dos europeus ao continente norte-americano, por volta de 1611, pelo cruzamento dos cavalos trazidos pelos ingleses e espanhóis, e cavalos de indígenas (mustangues) também de ascendência ibérica. Posteriormente, dezessete garanhões e éguas, originalmente puro-sangue ingleses, foram levados para os Estados Unidos.

O cruzamento gerou cavalos compactos, musculosos e fortes, capazes de correr distâncias curtas mais rapidamente do que qualquer outra raça. Com o tempo, o cavalo foi se especializando no trabalho com o gado.

De acordo com a ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Quarto de Milha), nos finais de semana os colonizadores se divertiam promovendo corridas nas ruas das vilas e pelas estradas dos campos, perto das plantações, com distância de um quarto de milha (402 metros), originando o nome da raça do cavalo.

Desde sua origem, a raça Quarto de Milha tornou-se ao longo dos anos um ponto de referência mundial entre todas as espécies equinas, fruto de suas inúmeras qualidades genéticas, como a marcante estrutura morfológica, velocidade, docilidade e, principalmente, por sua versatilidade em executar funções atléticas nas mais variadas modalidades como corridas planas, saltos, provas de rédeas, três tambores, balizas, vaquejada, hipismo rural e lida com o gado, demonstrando assim sua importância para o agronegócio.

*Matéria publicada na edição 43- Agosto/Setembro 2021