Javalis ameaçam plantações da região e são alvo de caçadores para controle da espécie

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Foto: Freepick

O javali (Sus scrofa) é uma espécie nativa da Europa, Ásia e norte da África. Foi introduzida no Brasil a partir da década de 1960, principalmente para o consumo de carne na região sul do país. O animal é classificado como uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo pela União Internacional de Conservação da Natureza. Sua agressividade e facilidade de adaptação são características que, associadas à reprodução descontrolada e à ausência de predadores naturais, resultam em uma série de impactos ambientais e socioeconômicos, principalmente para pequenos agricultores.

Em razão do aumento de sua distribuição pelo território nacional e da crescente ameaça ao ecossistema, o controle da espécie foi autorizado pelo Ibama em 2013, de acordo com regras estabelecidas pela Instrução Normativa N° 03/2013 e suas alterações. Espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de perda da biodiversidade em escala global e representam um desafio para a conservação dos recursos naturais.

O controle de javalis é necessário para a proteção agropecuária, uma vez que os animais são um risco à biodiversidade, à economia e à agroindustrial paulista. Isso porque, entre outros aspectos, o javali é uma ameaça às lavouras e à criação de animais, em especial aos porcos domésticos pela transmissão de doenças como a peste suína clássica, peste suína africana e febre aftosa.

Na região de São José do Rio Preto, não é diferente, os ataques de javalis são muito frequentes em propriedades rurais, normalmente em plantações de milho e cana causando um grande estrago e prejuízos aos agricultores. O CAC (Caçador, Atirador e Colecionador e arma de fogo), Matheus Clemente Silva, atua como controlador da espécie há 8 anos e ressalta que o caçador deve ser considerado um grande aliado do produtor rural e dos órgãos públicos rurais e ambientais. “ Os javalis são considerados uma verdadeira praga, destroem tudo por onde passam. Estes animais se reproduzem em larga escala, podendo atingir até 12 leitões por cria. São muito resistentes, podendo chegar até 300 quilos. Por isso, a caça é tão importante e uma das poucas alternativas para o controle da espécie que tem o homem como seu principal predador”, explicou o caçador de javalis.

Dentre as modalidades legais de caça do animal, em todas, há uma legislação espefidíca, documentações, normas e regras que regulamentam a forma de abate e destinação fitossanitária do animal e consequentemente a fiscalização por parte da Polícia Ambiental.
O Comandante da 1ª Cia de Polícia Ambiental, Capitão Pillon chama atenção para que o caçador não confunda o manejo do animal exótico que é o javali, com a caça de animais silvestres. “Parece algo básico, mas, muitos acham que por terem o Cadastro Federal do IBAMA, e o SIMAF podem abater quaisquer animais, o que é crime, tais documentação habilitam tão e somente o controle do javali, não sendo permitido o abate de nenhum animal nativo silvestre ou mesmo qualquer outro que não tenha a declaração de nocividade assim como o javali tem no estado de São Paulo e em toda federação”, disse o Comandante.

De acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo,em 2019, o Brasil produziu 4,117 milhões de toneladas de carne suína, figurando como quarto maior produtor mundial e quarto maior exportador. O país exporta para 100 mercados e a suinocultura gera mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos. Dessa forma, o controle de javalis é fundamental para a proteção dos empregos e negócios no Estado, sendo que a vigilância e a segurança para o transporte e destinação de carcaças são parte desse processo.

Com informações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP/ IBAMA

*Matéria publicada na edição 45- Dezembro 2021/ Janeiro 2022