A palavra “javali” compreende não apenas os animais puros e os híbridos com porcos domésticos. São encontrados em todos os continentes, exceto a Antártida. O javali adulto pesa de 60 a 120 kg, medindo até 130 cm. A pelagem pode ser escura com uma faixa negra dorsal ou semelhante à de raças domésticas. Devem ser diferenciados de catetos e queixadas, pois estes são nativos e protegidos pela legislação. Os Javalis vivem em bandos liderados pela fêmea mais velha e os machos adultos costumam vivem solitários. Os híbridos produzem de 9 a 12 filhotes por gestação com dois cios ao ano. Como são onívoros, podem se alimentar de diversos itens, incluindo carcaças e animais de pequeno porte, mas tendem a se alimentar em áreas de cultivo, causando prejuízos econômicos. Pecuaristas também podem ter perdas significativas devido à predação de suas criações, como é o caso da morte de cordeiros em regiões do Pampa gaúcho.
Em 2013, o IBAMA reconheceu o javali como nocivo, proibiu sua criação e regulamentou controle letal. A vigilância de doenças em javalis é fundamental para que os acordos de exportação de carne suína brasileira sejam mantidos. Os impactos negativos incluem a degradação da vegetação nativa e água de superfície, além da transmissão de doenças. É importante destacar que os controladores de javalis passam a ser reconhecidos como parceiros do sistema de vigilância de doenças dos suídeos.
Os javalis representam risco à saúde animal e humana. Tanto o contato direto com a urina, fezes, sangue e carcaças de animais abatidos quanto o consumo de carne preparada inadequadamente podem resultar em transmissão de doenças. As principais zoonoses são triquinelose, toxoplasmose, brucelose, tuberculose, leptospirose, cisticercose, hepatite E e algumas doenças bacterianas adquiridas pela ingestão de carne mal preparada. Podem ajudar a transportar carrapatos importantes para a transmissão de doenças como o carrapato-estrela. É importante que as pessoas se informem sobre essas doenças, como reconhecê-las e aprendam a preparar a carne desses animais corretamente. Consulte sempre um Médico Veterinário.
POR:
Estevam G Lux Hoppe – Medico Veterinário, Professor Doutor da FCAV/Unesp, e alunos:
Wilson Junior de Oliveira
Patrícia Parreira Perin
Jonathan Silvestre Gomes
Carmen Andrea Arias-Pacheco
Conteúdo exclusivo para revista Magazine AgroFest – Dezembro 2022