Foto: Ibama / Divulgação
Diagnóstico inédito produzido pelo Ibama a partir de dados do Sistema Nacional de Gestão de Fauna Silvestre (Sisfauna) e do Sistema de Gestão do Uso da Fauna no Estado de São Paulo (Gefau/SP) traduz em números a realidade da criação comercial de animais silvestres no país.
O diagnóstico, elaborado pela Coordenação de Monitoramento do Uso da Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, teve como objetivo compilar os dados armazenados em sistemas de gestão sobre empreendimentos comerciais, sistematizá-los e apresentá-los como informações úteis à sociedade e ao meio acadêmico.
A coordenadora da área, Maria Izabel Gomes, frisou a importância do uso sustentável da fauna, previsto inclusive na legislação brasileira: “o uso sustentável da biodiversidade tem ganhado espaço nas ações da sociedade civil e nas discussões acadêmicas essenciais à conservação das espécies brasileiras, além de funcionar como estratégia de combate ao tráfico de animais silvestres”, disse. Segundo Maria Izabel, a publicação é a primeira de uma sequência sobre o uso de fauna no país. “A ideia é inaugurar uma série histórica sobre o assunto”, afirmou a coordenadora.
Dados de monitoramento das populações de jacaré-do-papo-amarelo, realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por exemplo, apontam o uso sustentável como um dos fatores responsáveis pela retirada da espécie da lista nacional de animais ameaçados.
De acordo com o documento, há cerca de 432 mil animais silvestres nos planteis de empreendimentos de fauna no país. O mercado de pets representa mais de 90% do valor total comercializado, conforme dados apurados de 2016 a 2019. A criação comercial está concentrada na Região Sudeste, onde funciona a metade dos criadores comerciais cadastrados no país. Dos nascimentos declarados no SisFauna, 8,2% correspondem a animais de espécies ameaçadas de extinção (2.607 animais pertencentes a 14 espécies distintas).
O Diagnóstico da criação comercial de animais silvestres no Brasil está disponível para leitura no site do Ibama.