Foto: Freepick

Diante dos grandes desafios que a pecuária enfrenta, a seca é um dos grandes gargalos da atividade, definindo sucessos, fracassos, e ainda causando muitas duvidas de como evitar perdas e gerar ganhos neste período.

Nesta época do ano, a pastagem se torna pouco nutritiva e escassa em algumas situações, por isso, a produção de bovinos a pasto sofre mais fortemente os impactos da estiagem, sendo de grande importância o manejo correto da pastagem na época chuvosa, e na seca se torna interessante e necessário o uso de suplementos como os proteicos, proteico-energético ou mineral com ureia, para que haja o aproveitamento da forragem de modo que mesmo seca, o animal possa usufruir dela para manter seu desenvolvimento.

Quando os valores de proteína bruta (PB) do pasto atingem níveis inferiores à 6% é necessária a suplementação de pelo menos 5g de PB por kg de peso vivo, esta situação é muito mais comum na seca já que os níveis nutricionais da pastagem caem consideravelmente.

Neste sentido, a pecuária intensiva vem sanar grande parte dos problemas da seca, tornando o confinamento uma ferramenta tanto para a engorda de animais, como também para manejos nutricionais específicos, que é o caso do sequestro de categorias como bezerros e novilhas, que não tem por objetivo o abate, mas fazer o animal se desenvolver de maneira mais acentuada, aumentando índices de crescimento e/ou reprodução.

Dietas bem formuladas ajudam a otimizar resultados, e cada vez mais, confinar animais vem sendo um bom negócio, principalmente quando há matéria-prima em preço e quantidade disponíveis no mercado, reduzindo parte do custo, que é o principal ponto critico do sistema intensivo. Também existem dietas sem nenhum volumoso, as conhecidas dietas de alto grão, que não usam de pasto ou silagem, porém tem suas ressalvas principalmente quanto a distúrbios metabólicos.

Diante disso temos situações onde, a produção intensiva requer mais estrutura, mão de obra e tecnificação, mas com ciclo curto, na contrapartida da pecuária extensiva que requer manejo com pouco investimento em ciclos longos. No entanto, podemos dizer que o acompanhamento técnico da propriedade ajuda a definir diretrizes onde a adubação de pastagem, a produção de volumoso para silagem, diferimento, rotação de pastagem, suplementação dos animais e manejos adequados são exemplos que impactam positivamente na produção dos animais. Por isso é imprescindível o acompanhamento da propriedade por um Zootecnista que trabalhe com ferramentas e tecnologias disponíveis para que os índices e lucratividade da pecuária sejam presentes, mesmo na seca.

Prof. MSc. Lucas Chaves De Paula
Zootecnista e MSc. em Ciência Animal
CRMV/SP nº 3.853/Z

*Artigo publicado na edição 47- Abril/Maio 2022

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