Uso de Produtos Cúpricos no Controle de Doenças em Cana-de-Açúcar

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Os produtos cúpricos, óxido cuproso, hidróxido de cobre e o oxicloreto de cobre, são largamente utilizados na agricultura devido às suas propriedades antifúngicas e bactericidas. No cultivo de cana-de-açúcar, eles desempenham um papel crucial no controle de doenças durante as estações de chuvas e calor, períodos em que a umidade elevada favorece o desenvolvimento de patógenos. As principais doenças que afetam a cana-de-açúcar incluem a ferrugem alaranjada, a escaldadura das folhas, a podridão vermelha, a podridão abacaxi e estria vermelha. Estas doenças podem causar sérios prejuízos à produção, afetando a qualidade e a quantidade da colheita. Atualmente, a síndrome da murcha da cana é uma doença que afeta diretamente a produtividade dos canaviais, causando preocupação entre os produtores de cana-de-açúcar. Os principais fitopatógenos identificados em plantas sintomáticas são os fungos Fusarium spp., Colletotrichum falcatum e Phaeocytostroma sacchari (sinônimo Pleocyta sacchari) que ameaçam a produtividade em até 30%, afetando o TCH e TAH, além de interferir na qualidade da matéria-prima (ATR), que vai para a indústria. No entanto, os produtos de usos comum, podem ter sua eficiência agronômica minimizada em função do uso contínuo, de moléculas semelhantes e modo de ação menos eficazes, além do que, em sua grande maioria, são compostos insolúveis ou de baixa solubilidade que não penetram no tecido das plantas, formando apenas uma camada protetora na superfície da folha do vegetal, facilmente lavável, após um considerado volume de chuvas (cita-se aqui volumes maiores do que 10 mm). A diferença entre um fungicida a base de cobre de um outro produto está basicamente na quantidade de cobre em equivalente metálico presente no produto. O que mata os fungos são os íons Cu2+, os quais se acumulam nas células do fungo após a dissociação do sal. Porém, o aumento na quantidade de cobre pode resultar em incremento de controle, mas deve-se ter atenção com o risco de fitotoxidade à cultura. Assim, para que isso não aconteça, as doses a serem aplicadas devem passar por severo critério técnico de recomendação, em função da cultura, seu estádio de desenvolvimento e tecnologia de aplicação utilizada (barras, drones ou uniportes). Sendo assim, com o advento de novas tecnologias, “como em produto de base oleada”, no qual esse cobre será transformado em uma condição mais eficiente quando em contato com as folhas da cana, sendo liberado em quantidades capazes de eliminar os fitopatógenos e estabilizar a doença em si, e com a adição, na sua mistura, de substâncias multissítios e protetoras, as aplicações serão potencializadas. Muitas vezes, nesses produtos, tem-se um maior efeito protetor/contato, sendo menos lavável (oleado), diminuindo os riscos de fitotoxicidades, por ser nanoparticulado e garantindo maior aderência nas folhas. Tais condições podem diminuir o número de aplicações e validar seu uso no ciclo produtivo da cultura, qualquer que seja o seu número de corte(s). Desta forma, em canaviais de altas produtividades, a aplicação de produtos cúpricos de base oleada tem sido pouco explorada, por não ser tão difundida ou mesmo por falta de conhecimento técnico, necessitando ser revista, pois seria uma forma de garantir maior sanidade do canavial, com uma cana mais limpa e longeva, permitindo que a qualidade da matéria-prima seja priorizada em campo. E, alguns desses produtos podem ter aditivos que auxiliam no fortalecimento das células vegetais, tornam mais difícil a infecção por patógenos. Desta forma, é importante inovar e buscar alternativas promissoras, que garantam essas condições citadas, a um baixo custo por hectare e, com uma única aplicação, nos canaviais. Por isso, a informação técnica é importante, assim como o momento (time) de uso desses produtos. Procure sempre um especialista (Técnico em Agropecuária ou Engenheiro Agrônomo).

POR Prof. Dr. César Martoreli da Silveira
Engenheiro Agrônomo/Consultor em Agronegócios – CREASP n° 5062369979
Colégio Técnico Agrícola “José Bonifácio” – UNESP
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Câmpus de Jaboticabal, Jaboticabal – SP
Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB, Barretos – SP